Os procedimentos clínicos ambulatoriais relacionados a hérnias abdominais no Sistema Único de Saúde (SUS) da região de Campinas, São Paulo, apresentaram um aumento significativo de 324% em um ano. Segundo dados obtidos pela EPTV, afiliada da TV Globo, foram registrados 564 atendimentos em 2022, número que saltou para 133 em 2023. No início de 2025, entre janeiro e abril, já foram contabilizados 212 atendimentos, indicando uma tendência de crescimento contínuo.
A Secretaria Estadual de Saúde aponta que o aumento no número de diagnósticos pode ser atribuído ao envelhecimento da população e à maior detecção de casos por médicos clínicos, que conseguem identificar a condição com um simples exame físico. A hérnia abdominal, que afeta principalmente homens acima de 60 anos, pode se manifestar de diversas formas, sendo as mais comuns as inguinais, umbilicais e incisionais.
A cirurgiã do aparelho digestivo do Hospital de Clínicas da Unicamp, Simone Perales, destaca que fatores como sedentarismo, obesidade e predisposição genética contribuem para o surgimento das hérnias. Embora a prevenção inclua uma alimentação balanceada e exercícios físicos, ela alerta que nem todos os pacientes são candidatos a cirurgia, que é o único tratamento eficaz. O médico cirurgião Wilson Martinuzzo acrescenta que o principal risco associado às hérnias é a possibilidade de órgãos ocuparem o espaço criado pela condição, exigindo cirurgia de urgência em casos mais graves.