Os ataques a ônibus em São Paulo aumentaram significativamente, mesmo após a criação de uma força-tarefa pela polícia para conter o vandalismo. Na terça-feira, 15 de agosto, uma criança de 10 anos ficou ferida por estilhaços de vidro de um coletivo atacado por uma bolinha de gude na Avenida Jorge João Saad, no Morumbi, zona sul da cidade. A Prefeitura de São Paulo registrou 26 ataques a ônibus apenas no dia anterior, totalizando quase 500 veículos depredados desde 12 de junho.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) criticou a lentidão das investigações da Polícia Civil, que apura a disputa entre empresas de transporte como uma das possíveis motivações para os crimes. As autoridades suspeitam que algumas viações estejam tentando criar um clima de medo para pressionar a Prefeitura a realizar mudanças no setor de transporte público. Até o momento, oito suspeitos foram detidos.
A Secretaria da Segurança Pública informou que a Operação Impacto – Proteção a Coletivos, que mobiliza cerca de 7,8 mil policiais e 3,6 mil viaturas, está em andamento para intensificar o policiamento em terminais e corredores. No entanto, a operação, iniciada em 3 de agosto, não conseguiu conter a onda de vandalismo, que atingiu seu pico em 7 de julho, com 59 ataques registrados. No último domingo, 47 casos foram contabilizados, demonstrando a gravidade da situação.
Investigações do Ministério Público revelaram indícios de infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de transportes, com empresas operadas por uma rede de laranjas e CNPJs fantasmas. Dados do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) mostram que a média de ataques diários saltou de cinco para 40 após 12 de junho, levantando preocupações sobre a segurança no transporte público da capital paulista.