Dados do Ministério da Saúde revelam um aumento significativo nos atendimentos relacionados à enxaqueca pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entre janeiro e abril de 2024, foram registrados 109 mil atendimentos, um crescimento em relação aos 70 mil do mesmo período do ano anterior. O total de atendimentos em 2024 alcançou 258 mil, comparado a apenas 40 mil em 2014.
Profissionais de saúde alertam que a automedicação e o uso excessivo de analgésicos podem agravar as crises de enxaqueca. Especialistas recomendam que pacientes que experienciam dores de cabeça três ou mais vezes por mês busquem orientação médica, pois o tratamento inadequado pode levar a complicações, como a hepatite medicamentosa, como relatado pela promotora de eventos Viviane Travellini Nascimento Farah, que convive com a doença há 20 anos.
O coordenador do Centro de Dor do Departamento de Neurologia da FM/USP, Gabriel Taricani Kubota, destaca que a conscientização sobre a enxaqueca tem crescido nos últimos anos, tanto entre a população quanto entre os profissionais de saúde, que agora têm acesso a novos tratamentos. Em centros especializados, pacientes aprendem a prevenir crises e a utilizar medicamentos de forma adequada, enfatizando a importância de mudanças no estilo de vida para um tratamento eficaz.
Viviane, que enfrenta até 15 crises mensais, está prestes a iniciar um novo tratamento sob orientação médica, com a esperança de melhorar sua qualidade de vida. "Eu preciso encontrar uma resposta para minha dor. Eu não aguento mais ficar com dor", desabafa a promotora.
