Em um contexto de crescente inadimplência no Brasil, empresas listadas na B3 têm buscado a recuperação judicial como estratégia para reestruturar suas dívidas e evitar a falência. Embora a crise afete principalmente micro e pequenas empresas, grandes corporações também enfrentam dificuldades financeiras. Na última semana, a Oi (OIBR3) solicitou a transição de seu processo de Chapter 15 para Chapter 11 nos Estados Unidos, enquanto a Azul (AZUL4) recebeu aprovação para seu plano de reestruturação financeira.
A Gol (GOLL54), que concluiu sua recuperação judicial no exterior em junho com um plano de capitalização de R$ 12 bilhões, chamou a atenção do mercado após a emissão de papéis em lotes de mil, resultando em confusões e distorções temporárias em seu valor de mercado. Apesar de estarem em recuperação judicial, as empresas continuam listadas na B3, podendo atrair investidores em busca de oportunidades especulativas, conforme o Manual da B3.
Especialistas alertam que a entrada em recuperação judicial pode gerar distorções contábeis e especulações, especialmente com emissões massivas de ações. Fernando Patrian, advogado da área de Recuperação de Crédito, destaca a importância dos credores na aprovação dos planos de recuperação, que podem determinar o futuro das empresas. A divisão legal dos credores, que inclui trabalhadores, fornecedores e bancos, também influencia o processo, podendo afetar a confiança do mercado.