Uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) pode ser instaurada no Congresso Nacional para investigar a movimentação atípica de mais de R$ 6,6 bilhões na bolsa de valores brasileira, ocorrida poucas horas antes do anúncio das tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. A denúncia foi divulgada pelo portal ICL Notícias e aponta que os ganhos milionários estariam associados a grupos próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao atual governo de Donald Trump.
Entre os suspeitos estão grandes instituições financeiras, como a BGC, ligada ao Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, além do banco BTG Pactual e da corretora Tullett Prebon. As operações levantam suspeitas de uso de informação privilegiada, com o objetivo de lucrar com a desvalorização dos ativos brasileiros.
Parlamentares da base governista, incluindo o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), classificaram o caso como um ataque à soberania nacional e acusaram aliados de Bolsonaro de atuarem como lobistas nos Estados Unidos, pressionando por sanções contra o Brasil. Farias anunciou que liderará um movimento para coletar assinaturas visando a criação da CPMI, que investigará a origem das operações financeiras e possíveis crimes relacionados.
A proposta de CPMI promete intensificar a polarização entre governo e oposição no Congresso, reacendendo debates sobre a atuação política no exterior e o uso de informações privilegiadas em transações financeiras. "O Brasil não é colônia de interesses estrangeiros. É hora de reagir", afirmou Farias, destacando a gravidade das suspeitas.