O prefeito de Itaguaí, Rubem Vieira, conhecido como Doutor Rubão (Podemos), enfrenta uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pela Câmara de Vereadores para investigar supostas irregularidades em contratos de limpeza urbana. A decisão foi anunciada na sessão legislativa de quinta-feira (3) após uma denúncia apresentada por uma ex-funcionária do município, Sueli Pereira da Costa. O suposto desvio em questão é de R$ 60 milhões, com alegações de pagamentos a uma empresa contratada sem a devida prestação de serviços.
A denúncia destaca a falta de execução nos serviços de limpeza e desassoreamento de córregos, valas e canais. O presidente da Câmara, vereador Haroldinho, afirmou que o requerimento para a CPI teve apoio unânime dos vereadores presentes, enfatizando a gravidade da situação. "Estamos falando de um rombo de R$ 60 milhões", declarou Haroldinho.
Em resposta às acusações, Doutor Rubão negou qualquer irregularidade, afirmando que o contrato investigado já existia antes de sua gestão e que foi realizado de acordo com as normas legais. Ele classificou a CPI como uma tentativa de golpe político por parte do presidente da Câmara, que, segundo Rubão, não quis disputar as eleições por temer a derrota. Haroldinho, por sua vez, defendeu a legitimidade da CPI, ressaltando que a investigação é direcionada ao prefeito e não à chapa.
Caso a CPI avance e resulte na cassação do mandato de Rubão, o vice-prefeito Fernando Júnior (Republicanos) assumiria o cargo, tornando-se o terceiro prefeito da cidade em 2025. A instabilidade política em Itaguaí se intensificou após a suspensão da candidatura de Rubão pela Justiça Eleitoral, que considerou sua terceira candidatura consecutiva inconstitucional, levando Haroldinho a assumir a prefeitura interinamente por meses.