A corte inglesa responsável pela ação compensatória contra a BHP Billiton, referente ao desastre de Mariana, determinou que o escritório Pogust Goodhead (PG) identifique seus financiadores até o dia 25 deste mês. A decisão foi divulgada na última sexta-feira, 11, e requer informações detalhadas sobre os indivíduos e entidades que apoiam financeiramente o escritório, que representa cerca de 620 mil vítimas do desastre de 2015.
O desastre ocorreu quando uma barragem da mineradora Samarco, uma joint venture entre Vale e BHP Billiton, se rompeu, liberando 44 milhões de metros cúbicos de rejeitos que contaminaram a bacia do Rio Doce. A ação, iniciada em 2018, busca indenizações que podem totalizar até R$ 230 bilhões. A exigência das informações sobre os financiadores está relacionada à necessidade de garantias para cobrir as custas processuais da segunda fase do julgamento.
A BHP solicitou que o PG apresentasse um seguro como garantia, mas a juíza O'Farrell considerou o pedido inadequado no momento, ressaltando que os requerentes já possuem um seguro substancial. O PG, que utiliza o modelo de "litigation funding" para financiar suas operações, informou que seus financiadores incluem fundos brasileiros e internacionais, uma informação que já era de domínio público.
A decisão da juíza também indicou que não há uma data definida para o resultado da primeira fase do julgamento, mas espera-se que ocorra antes de dezembro de 2025. O PG afirmou que a decisão mostra um avanço significativo no processo, com a segunda fase do julgamento prevista para começar em outubro de 2026, com duração estimada de 22 semanas. A BHP, por sua vez, destacou a importância da decisão para garantir maior transparência ao processo e reafirmou seu compromisso com o acordo homologado no Brasil.