Os Correios anunciaram a suspensão de uma licitação para a contratação de quatro agências de publicidade, avaliada em R$ 380 milhões anuais. A decisão foi tomada durante uma reunião do Conselho de Administração, realizada no final de junho, e foi solicitada pelo presidente da empresa, Fabiano Silva. A retomada do processo dependerá da recuperação financeira da estatal, que enfrenta uma grave crise econômica.
No primeiro trimestre de 2025, os Correios registraram um prejuízo de R$ 1,7 bilhão, o pior resultado para esse período desde 2017, acumulando um déficit de R$ 2,6 bilhões ao longo do ano anterior. Em resposta à situação, a administração comprometeu-se a economizar R$ 1,5 bilhão ainda em 2025, com o Plano de Desligamento Voluntário (PDV) como uma das principais estratégias para redução de gastos.
A licitação gerou controvérsias devido à grave situação fiscal da empresa e à menção de três das agências finalistas em investigações relacionadas ao Partido dos Trabalhadores (PT). Apesar disso, a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que não há irregularidades no processo licitatório. Fabiano Silva apresentou seu pedido de demissão ao presidente Lula em 4 de julho, e a definição sobre a nova liderança da estatal deve ocorrer até 6 de agosto, data que marca o fim do mandato de Silva.