O coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, negou nesta quinta-feira (24) as acusações de monitoramento ilegal do ministro Alexandre de Moraes. Câmara, que se encontra preso, foi interrogado por videoconferência pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como parte do núcleo 2 da ação penal relacionada a uma suposta trama golpista durante o governo Bolsonaro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o grupo de planejar ações para manter Bolsonaro no poder em 2022.
Durante o interrogatório, Câmara foi confrontado sobre mensagens trocadas com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator nas investigações. Ele afirmou que as informações sobre os deslocamentos de Moraes foram repassadas com o intuito de facilitar a aproximação do presidente com o ministro, e não para fins ilícitos. "Nós queríamos evitar uma série de problemas", declarou Câmara, referindo-se ao objetivo de ajustar agendas entre as partes.
Além disso, o ex-assessor negou qualquer envolvimento no plano denominado "Punhal Verde Amarelo", que, segundo a PGR, incluía ações violentas contra Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin. O interrogatório dos réus é uma das etapas finais da ação penal, com expectativa de julgamento ainda este ano.
A denúncia da PGR foi dividida em quatro núcleos, sendo que o primeiro, que inclui Bolsonaro e outros sete réus, já passou pela fase de interrogatório e está nas alegações finais, aguardando julgamento para setembro.