O coronel do Exército Márcio Nunes de Resende Júnior prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (28 de julho de 2025), negando sua participação em reuniões que teriam como objetivo pressionar o Alto Comando do Exército a apoiar um golpe de Estado após as eleições de 2022. Apontado pela Procuradoria Geral da República (PGR) como membro do núcleo 3 do caso, Resende afirmou que os encontros mencionados eram, na verdade, confraternizações informais entre militares.
O coronel se referiu especificamente a uma reunião ocorrida em 28 de novembro de 2022, em Brasília, que, segundo a PGR, visava influenciar a cúpula militar. Resende esclareceu que o encontro foi realizado no salão de festas do prédio onde seu pai reside e que não teve caráter político, descrevendo-o como um evento onde cada convidado trouxe algo para compartilhar.
Durante seu depoimento, Resende também comentou sobre sua participação em um grupo de WhatsApp chamado "Dos", criado em 2013, que, segundo ele, servia para troca de informações e convites para eventos sociais. Ele negou que o tenente-coronel Mauro Cid fosse o responsável pelo grupo e minimizou mensagens enviadas por ele, que expressavam frustração com a situação política da época, afirmando que refletiam o descontentamento de um "lado perdedor".
A PGR, por sua vez, sustenta que a reunião de novembro de 2022 foi parte de uma estratégia para um golpe, com o coronel Bernardo Romão Corrêa Neto organizando o encontro para discutir como influenciar os líderes militares. Os integrantes do núcleo 3 são acusados de monitorar e neutralizar autoridades públicas, além de promover ações táticas para pressionar o Alto Comando do Exército a concretizar o golpe.