O coronel Márcio Nunes de Resende depôs nesta segunda-feira (28) ao Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que o Exército manteve um "silêncio ensurdecedor" em relação ao acampamento golpista montado em frente ao quartel após as eleições de 2022. Resende é um dos réus do núcleo 3 da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a trama golpista e foi interrogado pelo juiz Rafael Tamai, auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
Durante a audiência, o coronel criticou a falta de posicionamento da instituição militar diante da situação, afirmando que seria importante uma manifestação do Exército. Ele também foi questionado sobre uma reunião realizada em novembro de 2022, onde, segundo a acusação, houve planejamento de ações táticas para apoiar o golpe, mas Resende alegou que o encontro foi uma confraternização informal entre amigos, negando qualquer organização ou conhecimento sobre uma carta que teria sido elaborada.
O STF está interrogando hoje nove militares do Exército e um policial federal que fazem parte do núcleo 3 da denúncia. Os acusados são investigados por supostamente planejar ações para efetivar o golpe, incluindo o monitoramento de autoridades como Alexandre de Moraes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os réus têm o direito de permanecer em silêncio durante os questionamentos da PGR e do gabinete de Moraes.