Os coronéis do Exército Brasileiro, Bernardo Romão Correa Netto e Fabrício Moreira de Bastos, confirmaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) a existência da chamada "Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro". As declarações ocorreram durante o interrogatório dos réus do chamado núcleo 3, na segunda-feira, 28 de julho de 2025.
Bastos relatou que recebeu ordens de seu superior no Centro de Inteligência do Exército (CIE) para encaminhar a carta assim que estivesse pronta. Como não fazia parte do grupo de mensagens onde o documento circulava, solicitou a Correa Netto que lhe enviasse o arquivo. Ele descreveu a carta como "muito mal escrita" e um "desabafo" dos oficiais, ressaltando a inocência dos autores ao acreditarem que poderiam pressionar 16 comandantes do Exército.
Correa Netto, por sua vez, afirmou que enviou a carta a Bastos após solicitação deste e discordou do conteúdo, considerando-o um "ato de indisciplina". Ambos os coronéis negaram que a carta tenha sido discutida ou alterada durante uma reunião entre os réus em Brasília, conforme alegado pela Procuradoria Geral da República (PGR).
A PGR investiga os réus por supostas ações de campo relacionadas ao monitoramento e neutralização de autoridades públicas, além de tentativas de pressionar o alto comando do Exército. Os coronéis Correa Netto e Bastos, junto com outros oficiais, estão sendo acusados de envolvimento em atividades que visam desestabilizar a hierarquia militar e promover um golpe.