O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, em reunião realizada na quinta-feira, 31 de julho, manter a taxa Selic em 15,00%. A decisão foi unânime e reflete a expectativa de estabilidade nas taxas de juros por um período prolongado, embora não descarte a possibilidade de um aumento caso o cenário inflacionário se deteriore. O comunicado do Copom reforçou essa perspectiva, antecipando que a taxa deve permanecer inalterada na próxima reunião de setembro.
Segundo Étore Sanchez, economista da Ativa Investimentos, a postura do Banco Central indica uma preocupação com a inflação e uma disposição para aumentar a Selic se necessário. Ele destacou que a comunicação do Copom visa afastar expectativas de cortes prematuros na taxa, que poderiam prejudicar a política monetária restritiva em vigor.
Marcos Vinícius Oliveira, analista sênior da ZIIN Investimentos, observou que o cenário internacional se agravou, aumentando as incertezas, especialmente em relação às decisões econômicas dos Estados Unidos. Ele acredita que essa mudança no tom do Copom reflete uma maior preocupação com os impactos externos na economia brasileira. Sanchez prevê que a Selic só deve ser reduzida em meados do próximo ano, dependendo de sinais de que a inflação está se aproximando da meta estabelecida.
Enquanto isso, o mercado financeiro demonstra uma certa distensão, com setores importantes da economia sendo poupados por tarifas. No entanto, analistas alertam para a necessidade de avaliar o impacto total dessas tarifas na economia brasileira.