O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil deve manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% após reunião que se encerra nesta quarta-feira (30). Apesar da redução nos indicadores de inflação, a expectativa é de que o Copom pause as decisões para avaliar o impacto da política monetária e as condições do mercado de trabalho nos próximos meses, especialmente em relação às tarifas comerciais impostas pelo governo dos Estados Unidos.
Economistas da XP, incluindo Caio Megale e Rodolfo Margato, projetam que o início do ciclo de cortes na Selic pode ocorrer em janeiro de 2026, com a taxa chegando a 12,50% até o final do ano. Contudo, há uma crescente probabilidade de que os cortes comecem já em dezembro de 2025, em vez de março de 2026, conforme indicam as análises do mercado.
Jeferson Bittencourt, especialista em macroeconomia, sugere que a combinação do corte de juros nos EUA, a desaceleração da inflação no Brasil e a pressão do governo para estimular a economia em ano eleitoral pode antecipar a redução da Selic para dezembro. Por outro lado, Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, alerta que o comunicado do Copom pode reforçar a manutenção de juros altos por um período prolongado, embora uma interpretação mais suave por parte do mercado não esteja descartada, dependendo da comunicação do Banco Central sobre a inflação e a atividade econômica.