Um relatório do Financial Times indica que pelo menos US$ 1 bilhão em chips de processadores de inteligência artificial (IA) da Nvidia foram enviados ilegalmente para a China nos três meses seguintes ao endurecimento das regras de exportação pelo governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump. A investigação aponta que o chip B200 da Nvidia está sendo comercializado no país asiático, apesar das restrições impostas.
Documentos de empresas e contratos de venda analisados pelo jornal confirmam que distribuidores chineses, principalmente nas províncias de Guangdong, Zhejiang e Anhui, começaram a vender os chips B200 para fornecedores de centros de dados que atendem empresas de IA na China. Além dos B200, outros processadores restritos, como os H100 e H200, também estariam sendo comercializados.
Embora a Nvidia tenha negado qualquer envolvimento ou conhecimento sobre o desvio de seus produtos, a situação levanta preocupações sobre a eficácia das medidas de controle de exportação dos EUA. A empresa ressaltou que a montagem de centros de dados com produtos contrabandeados é inviável, tanto do ponto de vista técnico quanto econômico, uma vez que o suporte é fornecido apenas para produtos autorizados.
Uma empresa chamada "Portão da Era", fundada em fevereiro, emergiu como uma das principais vendedoras dos chips B200. Os produtos são vendidos em racks que contêm múltiplos chips e componentes necessários para a operação em centros de dados. A Supermicro, fabricante americana que fornece soluções de chips, também foi mencionada, mas não há evidências de que esteja ciente do contrabando de seus produtos para a China.