Diversas cidades do Sul de Minas Gerais estão realizando consultas públicas para avaliar a adesão de suas escolas estaduais ao modelo cívico-militar proposto pelo Governo do Estado. A iniciativa, que envolve a presença de militares da reserva da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros nas instituições, visa apoiar a organização escolar e mediar conflitos, sem substituir funções pedagógicas. Até o momento, 68 escolas foram pré-selecionadas para essa possível implementação.
O processo de consulta ocorre por meio de assembleias extraordinárias, onde pais, professores, estudantes maiores de 16 anos e funcionários votam individualmente. Em Passos, por exemplo, as assembleias já resultaram em decisões divergentes: enquanto uma escola optou pela adesão, outra decidiu não participar. Cidades como Poços de Caldas e Varginha também estão em fase de consulta, com debates acalorados entre a comunidade escolar.
Atualmente, duas escolas na região já operam sob o modelo cívico-militar, em Itajubá e Três Corações. A proposta do governo estadual visa manter a iniciativa ativa mesmo após o término do programa federal em 2023. No entanto, a opinião sobre o modelo é polarizada; enquanto alguns pais relatam melhorias no comportamento dos alunos, educadores e especialistas expressam preocupações sobre a adequação do modelo e seus possíveis impactos sociais, especialmente em comunidades mais vulneráveis.
A Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG) afirma que a escolha das escolas para consulta foi baseada em critérios técnicos, e que a adesão só será efetivada após a escuta da comunidade escolar. A administração estadual não se manifestou oficialmente sobre as críticas recebidas, mas reiterou que o processo está sendo conduzido com atenção às opiniões da comunidade.