A indústria de fundos imobiliários (FIIs) no Brasil está passando por um processo de consolidação, impulsionado por um ambiente macroeconômico desafiador e pela busca por maior eficiência e liquidez. Gestores do setor observam que FIIs menores enfrentam dificuldades crescentes para captar recursos, o que tem levado a uma reavaliação das estratégias de investimento. Rodrigo Abbud, sócio e Head de Real Estate do Pátria Investimentos, destaca que investidores estão se tornando mais sofisticados e atentos à importância da escala na geração de valor a longo prazo.
Isabella Almeida, gestora de fundos imobiliários da Rio Bravo, aponta que a alta dos juros e a dificuldade de novos lançamentos têm acelerado esse movimento de consolidação. As gestoras estão buscando diversificação de ativos e maior liquidez para seus cotistas, o que tem se mostrado crucial em um cenário onde a competição é acirrada. Rodrigo Possenti, da Fator Gestão, complementa que, embora haja um crescimento nas fusões, este ainda é restrito a gestoras com capital robusto, como o Pátria.
A evolução da indústria, que ganhou novos contornos desde a popularização dos Fundos de Fundos (FOFs) em 2016, também contribui para essa transformação. Pedro Costa, da RBR Asset, observa que a disponibilidade de informações e a acessibilidade das cotas mudaram a dinâmica do setor, favorecendo a ascensão dos hedge funds imobiliários, que oferecem maior flexibilidade e potencial de retorno. Apesar das dificuldades atuais, gestores acreditam que a redução das taxas de juros poderá abrir espaço para novos fundos e FIIs menores no futuro, especialmente aqueles com estratégias bem definidas e ativos de qualidade.