O Congresso Nacional retorna do recesso em agosto com uma pauta repleta de matérias que podem impactar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os principais temas estão a isenção do Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5 mil e a implementação de tarifas sociais para energia elétrica. No entanto, a relação tensa entre os parlamentares e o governo pode dificultar a aprovação dessas propostas.
O cientista político Creomar de Souza, CEO da Consultoria Dharma, aponta que o Legislativo volta "machucado" após o recesso, em parte devido à retórica de Lula que posicionou o Congresso como um "inimigo do povo". O presidente já havia vetado um projeto que aumentaria o número de cadeiras na Câmara, o que gerou reações adversas por parte dos parlamentares, que aprovaram projetos com aumento de gastos públicos antes do recesso.
A recuperação de popularidade de Lula nas pesquisas eleitorais pode influenciar a disposição dos deputados em apoiar medidas que têm apelo popular, como a tarifa social de energia e a isenção do Imposto de Renda. Contudo, a incerteza sobre a duração desse apoio e a possibilidade de conflitos com o Judiciário, especialmente em relação às emendas impositivas, adicionam complexidade ao cenário político.
Além disso, a suspensão das comissões pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, indica uma resistência em avançar com propostas que possam desafiar o Judiciário ou beneficiar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro. A dinâmica entre o Executivo e o Legislativo nos próximos meses será crucial para determinar a viabilidade das agendas governamentais e a estabilidade política no país.