O Congresso Nacional do Brasil tem se mostrado contraditório ao aprovar projetos que aumentam significativamente as despesas públicas, enquanto cobra cortes de gastos do governo federal. Recentemente, medidas que expandem o Benefício de Prestação Continuada (BPC) foram aprovadas, gerando um impacto bilionário nas contas públicas. Embora a justificativa para essas ações seja de natureza social, o efeito fiscal recai sobre o Executivo, que tenta manter um equilíbrio orçamentário em meio a crescentes pressões financeiras.
Além disso, os parlamentares aprovaram o aumento do número de deputados federais, que passará de 513 para 531. Apesar das alegações de que essa mudança não terá impacto financeiro, a realidade aponta para um aumento na estrutura e nas verbas, elevando os gastos em um momento em que a responsabilidade fiscal é cobrada pela sociedade. Essa expansão institucional tem gerado desconfiança entre os cidadãos, que percebem um discurso de sacrifício que não se aplica dentro do Congresso.
A recente derrubada de decretos do governo, como o que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), também evidencia que o Congresso atua mais por conveniência política do que por compromisso com o bem-estar do país. Essa foi a primeira vez desde 1992 que um decreto presidencial foi revogado, revertendo uma medida que poderia trazer bilhões aos cofres públicos em nome de interesses empresariais. A diminuição da base do governo tem contribuído para a instabilidade das políticas fiscais.
Nas redes sociais, a insatisfação é palpável, com milhões de postagens rotulando o Congresso como ‘inimigo do povo’. O presidente da Câmara, Hugo Motta, tornou-se o principal alvo das críticas, sendo acusado de priorizar interesses de elites em detrimento das necessidades da população. O Brasil observa um Congresso que parece desconectado da realidade, cobrando sacrifícios dos cidadãos enquanto preserva seus próprios privilégios, resultando em um crescente desgaste institucional e um sentimento de abandono popular.