Uma comissão mista do Congresso Nacional aprovou nesta terça-feira (8) uma medida provisória que estabelece um reajuste linear de 9% nos salários dos militares das Forças Armadas. A proposta abrange todos os militares da ativa, da reserva e pensionistas, e se alinha a um acordo firmado anteriormente com o governo federal. O impacto financeiro da medida será de R$ 5,3 bilhões em 2026, segundo estimativas do governo.
A medida provisória, que já está em vigor desde abril deste ano, precisa ser ratificada pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado para se tornar uma lei definitiva, com prazo de validade até agosto. O reajuste afetará apenas o soldo, a remuneração básica dos militares, com o salário mínimo passando de R$ 1.078 para R$ 1.177 e os vencimentos de patentes mais altas subindo de R$ 13.471 para R$ 14.711.
Embora o governo tenha justificado o reajuste como uma forma de compensar a defasagem salarial causada pela inflação, militares expressaram descontentamento com o percentual proposto, que ficou aquém do solicitado, que era de 18%. O relator da medida, deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ), afirmou que a falta de orçamento impediu um aumento maior, apesar das tentativas de negociação com o governo e o Ministério da Defesa.
Ao todo, cerca de 740 mil pessoas serão beneficiadas pelo reajuste, que também segue os padrões de aumento concedidos a outros servidores públicos. O governo enfatiza que a medida visa mitigar os efeitos da inflação nos últimos anos, mas a insatisfação entre os militares persiste devido ao percentual considerado insuficiente por muitos deles.