O Congresso Nacional aprovou um projeto de lei que flexibiliza o licenciamento ambiental, com o objetivo de destravar investimentos e reduzir a burocracia. A decisão, tomada em meio a um cenário de crescente preocupação ambiental, levanta questionamentos sobre os impactos a longo prazo dessa medida. Especialistas alertam que a história recente do Brasil, marcada por tragédias ambientais, deve servir de reflexão sobre a importância de critérios rigorosos na autorização de empreendimentos.
Os moradores do Rio Grande do Sul, que enfrentaram chuvas devastadoras em 2024 e 2025, expressam receio em relação a novas ocupações em áreas de risco, evidenciando o preço pago por decisões inadequadas. Casos como o de Brumadinho, onde a falta de fiscalização resultou em uma tragédia com centenas de vidas perdidas, reforçam a necessidade de uma abordagem mais cautelosa e responsável em relação ao meio ambiente.
Com a nova legislação, o poder de decisão sobre licenciamento pode ser transferido para prefeituras e estados, o que gera preocupações sobre a possibilidade de pressões de grupos econômicos em áreas vulneráveis. A promessa de desenvolvimento econômico é questionada quando se considera o impacto ambiental, especialmente em regiões já afetadas por desastres naturais. A falta de água potável e os efeitos das mudanças climáticas tornam a flexibilização das normas ainda mais preocupante, destacando a importância de uma gestão ambiental rigorosa e responsável.