As autoridades sírias mobilizaram tropas no sul do país após confrontos violentos entre tribos beduínas e combatentes drusos em Sweida, ocorridos no último domingo (13), que resultaram na morte de pelo menos 50 pessoas, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). Os combates refletem os desafios enfrentados pelo governo interino de Ahmad al Sharaa, que assumiu o poder após a queda do regime de Bashar al-Assad em dezembro de 2022, após quase 14 anos de guerra civil.
A violência teve início após o sequestro de um vendedor de verduras druso por beduínos armados, que bloquearam a estrada entre Sweida e Damasco. O OSDH relatou que a situação se deteriorou rapidamente, levando a novos sequestros entre as comunidades. Embora os sequestrados tenham sido libertados na noite de domingo, distúrbios isolados continuaram a ser registrados na província de Sweida.
Em resposta aos confrontos, o Ministério da Defesa sírio anunciou o envio de unidades militares para as áreas afetadas e a abertura de passagens seguras para civis, com o objetivo de restaurar a ordem. O ministro do Interior, Anas Khatab, atribuiu a escalada da violência à falta de instituições estatais e de segurança na região. O OSDH atualizou o número de mortos, incluindo 34 drusos, 10 beduínos e seis membros das forças de segurança, enquanto a estrada entre Damasco e Sweida permanece fechada.
A região tem sido palco de tensões crescentes, especialmente após confrontos em abril que resultaram em mais de 100 mortes. A rivalidade histórica entre beduínos e drusos, somada à recente onda de violência contra a comunidade alauita, representa um desafio significativo para o novo governo sírio. Além disso, Israel realizou bombardeios na área, alegando proteger a comunidade drusa, que é predominante na Síria, Líbano e Israel.