Nesta sexta-feira, 18, tribos beduínas, apoiadas pelo governo da Síria, entraram em confronto com combatentes drusos na cidade de Sweida, um dia após a retirada das forças sírias sob bombardeio israelense e pressão diplomática. A ONU pediu o fim do "derramamento de sangue" e uma investigação independente sobre a violência, que já resultou em mais de 600 mortes e deixou mais de 80 mil deslocados em uma semana.
Os combates levantam questionamentos sobre a autoridade do presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, que assumiu o poder em dezembro após a derrubada do regime de Bashar Assad. Sharaa busca reconhecimento internacional, mas enfrenta desafios com minorias como os curdos e alauítas. Ontem, cerca de 200 combatentes beduínos se envolveram em confrontos armados com drusos, utilizando metralhadoras e projéteis, conforme relatado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
O governo sírio pediu moderação a todas as partes e anunciou que está enviando uma força especial para resolver o conflito em Sweida. No entanto, a capacidade de ação do governo parece limitada pela presença israelense, que restringiu a entrada das forças de segurança sírias na província. Um comandante militar israelense afirmou que a entrada das forças sírias será permitida de forma limitada devido à instabilidade na região.
Nos últimos dias, grupos tribais de diversas partes da Síria têm se reunido nas proximidades de Sweida para apoiar os beduínos, cujos conflitos históricos com os drusos se intensificaram recentemente. Segundo o OSDH, o deslocamento de combatentes tribais foi facilitado pelo governo sírio, já que suas tropas oficiais não podem ser enviadas para a região devido a acordos de segurança com Israel, que prometeu proteger a comunidade drusa na Síria devido a laços históricos com drusos israelenses.