Um intenso confronto entre Tailândia e Camboja, que começou na quinta-feira (24), resultou em pelo menos 12 mortes, segundo autoridades tailandesas. O conflito se intensificou ao longo da fronteira entre os dois países, onde uma disputa territorial de longa data se transformou em combates armados. As províncias de Ubon Ratchathani e Surin foram os principais cenários dos confrontos, que incluem o uso de artilharia pesada e foguetes BM-21, de fabricação russa, por parte do Camboja.
As autoridades tailandesas relataram a evacuação de cerca de 100 mil pessoas das áreas afetadas pelo conflito. A situação se agravou após a mobilização de caças F-16 pela Tailândia, que foram utilizados em ataques a alvos cambojanos, o que foi classificado pelo Camboja como uma "agressão militar imprudente e brutal". Ambos os países se acusam mutuamente de iniciar os combates, que se espalharam por pelo menos seis locais ao longo de 209 km de fronteira disputada.
Os Estados Unidos, aliados da Tailândia, pediram uma "cessação imediata das hostilidades" e a proteção de civis, enquanto o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, instou os líderes de ambos os países a buscarem uma solução pacífica. A crise diplomática se intensificou com a retirada do embaixador tailandês do Camboja e a expulsão do embaixador cambojano em Bangcoc, após a alegação de que minas terrestres foram recentemente instaladas na área de conflito.
A disputa territorial entre Tailândia e Camboja, que se arrasta há mais de um século, já resultou em confrontos esporádicos e um histórico de violência, incluindo uma troca de artilharia em 2011 que durou uma semana. As tensões atuais refletem a complexidade das relações entre os dois países e a necessidade urgente de diálogo para evitar uma escalada ainda maior do conflito.