O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, teve um novo desentendimento com o advogado Jeffrey Chiquini durante a audiência de oitiva de testemunhas na ação penal relacionada ao golpe de 8 de janeiro. O incidente ocorreu na quarta-feira, 16, quando Moraes interrompeu Chiquini, que questionava o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Marco Edson Gonçalves Dias, por considerar que o advogado adotou um tom acusatório em suas perguntas.
Moraes, que é o relator do processo, já havia expressado sua insatisfação com a postura de Chiquini em audiências anteriores, incluindo uma realizada na terça-feira, 15, onde o advogado insinuou sobre a conduta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O ministro informou que enviou um ofício ao governador para relatar o episódio e, ao ser questionado por Chiquini sobre informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), decidiu silenciar o microfone do advogado.
Além disso, enquanto Moraes conduzia as audiências do núcleo 2 do golpe, a juíza auxiliar Luciana Sorrentino estava à frente dos depoimentos do núcleo 4, que é acusado pela Procuradoria-Geral da República de disseminar informações falsas sobre o processo eleitoral. Entre os réus desse núcleo estão ex-militares e agentes da Polícia Federal, que foram questionados sobre o uso indevido do sistema de monitoramento FirstMile durante o governo Bolsonaro.
O clima tenso da audiência foi evidenciado quando Moraes afirmou que as perguntas de Chiquini já haviam sido respondidas e criticou a postura do advogado, que, por sua vez, defendeu a integridade das garantias de direito dos acusados e advogados, afirmando que as violações não poderiam mais ser aceitas.