O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, teve um novo desentendimento com o advogado Jeffrey Chiquini, que representa o ex-assessor da Presidência, Filipe Martins, durante audiência de oitiva de testemunhas na quarta-feira, 16 de outubro. Moraes interrompeu Chiquini ao considerar que suas perguntas ao ex-ministro Gonçalves Dias estavam sendo feitas em um tom acusatório, o que, segundo ele, configurava acusações contra uma autoridade.
O ministro destacou que a postura do advogado não era nova, tendo se repetido em sessões anteriores, incluindo uma realizada na terça-feira, 15, onde Chiquini insinuou sobre a conduta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Moraes afirmou ter enviado um ofício ao governador para relatar o ocorrido.
Durante a audiência, Chiquini questionou Moraes sobre a recusa do ministro em permitir que Gonçalves Dias esclarecesse se recebeu informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) antes dos eventos de 8 de janeiro. Moraes respondeu que as informações já haviam sido prestadas e, diante da insistência do advogado, silenciou seu microfone. O advogado expressou descontentamento com a decisão, questionando se sua palavra havia sido cassada, ao que Moraes confirmou. O clima tenso entre os dois já havia se manifestado em uma audiência anterior, na segunda-feira, 14, quando Moraes pediu que Chiquini se calasse durante sua fala.