A sessão da Câmara dos Deputados, realizada nesta terça-feira (15), foi marcada por um intenso embate entre o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o deputado Carlos Jordy (PL-RJ). A discussão surgiu em torno de um destaque à proposta de emenda à Constituição (PEC) que propõe adiar em dez anos a inclusão dos precatórios na meta fiscal. Jordy questionou a retirada do destaque, que considerou crucial para seu partido, e afirmou ter recebido confirmação do líder da legenda, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), de que não havia autorizado tal ação.
Hugo Motta, por sua vez, defendeu a legalidade da retirada, afirmando que a Secretaria-Geral da Mesa atua somente com o aval formal do líder partidário. A tensão escalou quando Jordy ameaçou orientar o PL a votar contra a PEC caso o destaque não fosse restabelecido. Motta respondeu de forma contundente, afirmando: “Não funciono sob ameaça.” A discussão culminou com a confirmação de Motta de que o prazo regimental para reapresentação do destaque havia expirado, encerrando a possibilidade de reavê-lo.
Este confronto revela a crescente tensão entre a ala bolsonarista da oposição e a cúpula do Legislativo, em um momento crítico de análise de propostas que impactam diretamente os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Carlos Jordy é um dos principais representantes do PL na oposição ao governo Lula e ao STF, enquanto Hugo Motta busca consolidar sua liderança em meio a desafios com o governo sobre questões fiscais, como o decreto do IOF.