Neste sábado (12), a violência na Faixa de Gaza resultou na morte de pelo menos 59 palestinos, sendo 31 deles atingidos a tiros enquanto se dirigiam a um ponto de distribuição de ajuda humanitária operado pela Fundação Humanitária de Gaza, apoiada por Israel, próximo a Rafah. Além disso, ataques aéreos israelenses em Deir al-Balah e Khan Younis causaram a morte de 28 pessoas, incluindo quatro crianças, conforme relatado por autoridades hospitalares locais.
As tensões aumentaram em meio a negociações sem avanços significativos para um cessar-fogo entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Trump havia afirmado que um acordo entre Israel e o Hamas estava próximo, mas a escalada de violência contradiz essas expectativas. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha informou que seu hospital de campanha recebeu o maior número de vítimas em mais de um ano, com a maioria dos feridos apresentando lesões por arma de fogo.
A situação humanitária em Gaza se agrava, com mais de 2 milhões de pessoas dependendo de ajuda externa devido ao bloqueio israelense. A Cruz Vermelha destacou a frequência alarmante de incidentes com múltiplas vítimas em pontos de distribuição de alimentos, onde muitos feridos relataram estar buscando ajuda quando foram atingidos. O Exército de Israel alegou que disparou tiros de advertência contra pessoas suspeitas, mas não reconheceu a ocorrência de vítimas.
Testemunhas relataram momentos de terror, como Abdullah al-Haddad, que foi ferido enquanto estava a cerca de 200 metros do ponto de distribuição. A dor é ainda mais profunda para famílias que perderam entes queridos, como Sumaya al-Sha'er, que teve seu filho de 17 anos morto ao tentar buscar alimentos. A situação continua a provocar protestos em Israel, onde cidadãos clamam por um acordo de cessar-fogo, enquanto a população de Gaza enfrenta uma crise humanitária sem precedentes.