Pelo menos 32 palestinos foram mortos após forças israelenses abrirem fogo contra civis que buscavam ajuda alimentar no sul de Gaza, conforme informações do Ministério da Saúde local. Os corpos foram levados ao Hospital Nasser, em Khan Younis, onde muitos apresentavam ferimentos de bala. O incidente ocorreu em um contexto de crescente tensão na região, marcada por um conflito intenso desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.
O Exército israelense justificou os disparos como "tiros de advertência" direcionados a suspeitos que desobedeceram ordens para parar. Entretanto, testemunhas relataram à Reuters e à AFP que não houve avisos prévios antes dos disparos. A Fundação Humanitária de Gaza (FHG), que opera na área, negou que incidentes tenham ocorrido em seu posto, mas reconheceu a emissão de alertas para evitar deslocamentos noturnos.
De acordo com a ONU, 875 mortes foram registradas em seis semanas nas proximidades de pontos de ajuda. A FHG, criada em maio com apoio de Israel e dos EUA, enfrenta críticas por sua falta de transparência, especialmente após a renúncia de seu ex-diretor, que alegou violação de princípios humanitários. A ONU também alertou que 100% da população de Gaza enfrenta insegurança alimentar, com 470 mil pessoas em situação catastrófica, enquanto médicos em Khan Younis relatam casos alarmantes de desnutrição extrema entre os civis.
Neste sábado, outros 18 palestinos morreram em ataques direcionados a alvos do Hamas, segundo informações do Exército israelense. O conflito, que já resultou na morte de cerca de 58 mil palestinos, continua a devastar a região, reduzindo Gaza a escombros e agravando a crise humanitária.