Neste sábado (19), ao menos 32 pessoas foram mortas por soldados israelenses enquanto se dirigiam a um posto de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, segundo informações do Ministério da Saúde palestino e do Hospital Nasser, localizado em Khan Younis. O incidente ocorre em um contexto de crescente violência na região, onde a Fundação Humanitária de Gaza (FHG) tem enfrentado críticas sobre sua operação desde o início da distribuição de alimentos em maio deste ano.
De acordo com relatos de moradores, como Mohammed al-Khalidi, não houve aviso antes dos disparos, desafiando a versão do Exército israelense, que afirmou ter feito tiros de advertência contra suspeitos que não atenderam a comandos para parar. Testemunhas também relataram que, ao tentar buscar alimentos, foram alvos de fogo. A FHG, por sua vez, negou a ocorrência de incidentes no local e reiterou que alertou a população sobre os riscos de se deslocar à noite.
A ONU já havia registrado pelo menos 875 assassinatos nas últimas seis semanas em áreas próximas aos pontos de ajuda em Gaza, enquanto a situação humanitária se agrava. A Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC) aponta que 100% da população local enfrenta insegurança alimentar, com 470 mil pessoas em níveis catastróficos de fome. O caos na entrega de alimentos e a falta de transparência nas operações da FHG têm gerado críticas de diversas entidades, que se recusaram a colaborar com a fundação devido a suas práticas questionáveis.