O ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, e o delegado da Polícia Federal, Fábio Shor, apresentaram versões divergentes sobre a condução de um interrogatório relacionado à tentativa de golpe de Estado em 2024. As discrepâncias surgem em torno do acesso à delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, com Freire Gomes afirmando que a delação foi um dos elementos apresentados durante seu interrogatório, enquanto Shor negou ter mostrado a delação ao ex-comandante.
Ambos foram convocados como testemunhas pela defesa do ex-assessor Filipe Martins, em um processo autorizado pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. O depoimento de Freire Gomes foi registrado em um documento de quatro páginas, enquanto Fábio Shor prestou seu relato por videoconferência, onde reafirmou que não forneceu acesso à delação durante o interrogatório.
A situação é delicada, uma vez que a delação de Cid estava sob sigilo na época dos interrogatórios, e a exposição de seu conteúdo poderia configurar uma violação das normas processuais. A defesa de Martins argumenta que as contradições nas versões podem indicar uma indução nas declarações de Freire Gomes sobre o envolvimento de Martins em uma reunião que visava atacar o sistema eleitoral. A defesa de Freire Gomes, por sua vez, afirmou que não há contradição em seus depoimentos, esclarecendo que ele não teve acesso à íntegra da delação, mas a elementos da investigação.