Comunidades tradicionais, pescadores artesanais e mais de 50 instituições da sociedade civil solicitam a criação da Reserva Extrativista (Resex) do Rio Formoso, localizada no litoral sul de Pernambuco. A proposta visa proteger uma área de 2.240 hectares, considerada o último manguezal não urbano do estado, essencial para a subsistência de aproximadamente 2,3 mil pescadores que atuam nos municípios de Sirinhaém, Rio Formoso e Tamandaré.
A luta pela criação da Resex se estende por mais de 15 anos, mas ganhou novo impulso com a campanha "Sem Mangue, Sem Beat", que conta com o apoio de artistas, universidades e lideranças locais. Os organizadores esperam que a governadora Raquel Lyra (PSD) envie o projeto ao presidente Lula nesta sexta-feira, 18, data simbólica que marca o 25º aniversário do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
Os defensores da reserva argumentam que sua criação fortalecerá o modo de vida das comunidades pesqueiras e quilombolas, garantindo acesso a crédito, ICMS Ecológico e segurança territorial. Além disso, a conservação do manguezal é crucial para a preservação climática, uma vez que o ecossistema armazena carbono e atua como barreira natural contra tempestades. A diretora da Conservação Internacional, Nátali Piccolo, destaca que a criação da Resex é uma oportunidade para o Brasil apresentar um exemplo de conservação costeira na COP30.
A campanha #SemMangueSemBeat utiliza uma plataforma online para mobilizar apoio e incentivar a população a enviar mensagens à governadora em defesa da causa. O nome da campanha homenageia o movimento cultural Manguebeat, que surgiu nos anos 1990, ressaltando a importância das comunidades pesqueiras na identidade cultural de Pernambuco.