Comunidades tradicionais, pescadores artesanais e mais de 50 instituições da sociedade civil estão mobilizados para a criação da Reserva Extrativista (Resex) do Rio Formoso, localizada no litoral sul de Pernambuco. A proposta visa proteger uma área de 2.240 hectares, considerada o último manguezal não urbano do estado, essencial para a subsistência de cerca de 2,3 mil pescadores que atuam nos municípios de Sirinhaém, Rio Formoso e Tamandaré.
A luta pela Resex, que se arrasta por mais de 15 anos, ganhou novo impulso com a campanha "Sem Mangue, Sem Beat", que conta com o apoio de artistas, universidades e lideranças locais. Os organizadores esperam que a governadora Raquel Lyra (PSD) envie o projeto ao presidente Lula nesta sexta-feira, 18 de agosto, data simbólica que marca os 25 anos do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
A criação da reserva é vista como uma forma de fortalecer o modo de vida tradicional das comunidades pesqueiras e quilombolas, garantindo acesso a crédito, ICMS Ecológico e segurança territorial. Além disso, a conservação do manguezal é crucial para a preservação do clima, já que esse ecossistema armazena até quatro vezes mais carbono que florestas tropicais e atua como uma barreira natural contra tempestades.
A campanha #SemMangueSemBeat também promove uma plataforma online para mobilizar apoio à causa, incentivando a população a enviar mensagens à governadora. O nome da campanha faz referência ao movimento cultural Manguebeat, que surgiu nos anos 1990, destacando a importância das comunidades pesqueiras na identidade cultural de Pernambuco.