A Comunidade Quilombola do Rosário, localizada em Salvaterra, no Arquipélago do Marajó, é um exemplo de resistência e luta pela liberdade desde sua fundação em 1825. Sete membros da família Assunção, fugindo do regime escravagista, estabeleceram-se na região, onde três bacurizeiros já estavam enraizados. A comunidade, que começou como um pequeno povoado, cresceu ao longo dos anos, mantendo viva a tradição de coletividade e conexão com a natureza.
Eliêde Vasconcelos, representante da sexta geração dos fundadores, destaca que a história da comunidade é marcada por promessas e desafios. Os primeiros moradores, ao se estabelecerem, fizeram uma promessa a Nossa Senhora do Rosário para que pudessem permanecer nas terras onde cultivavam mandioca e extraíam látex. Essa promessa foi cumprida, mas não sem enfrentar pressões externas ao longo dos anos.
Manoel Vasconcelos de Assunção, 85 anos, e primeiro presidente da Associação da Comunidade Quilombola do Rosário, recorda as transformações vividas no território. Ele observa que a comunidade cresceu significativamente, passando de algumas casas simples para uma estrutura mais consolidada, refletindo o esforço coletivo dos moradores. A organização formal da comunidade ocorreu há 20 anos com a criação da Associação Comunitária de Remanescentes de Quilombo de Rosário, que fortalece a luta por direitos e reconhecimento.
A história da Comunidade Quilombola do Rosário é um testemunho da resistência do povo negro no Brasil, que, apesar das adversidades, continua a cultivar suas tradições e valores, promovendo um modo de vida que prioriza a coletividade e a harmonia com a natureza.