Um colar de 8.500 anos, encontrado no Parque Nacional Serra da Capivara, é um dos destaques da exposição "Nem Tudo Que Reluz – Uma Exposição sobre o Adorno e a Arte Contemporânea", que começa nesta terça-feira (29) em São Paulo. A mostra, que reúne 32 obras sob a curadoria de Ana Avelar, professora da Universidade de Brasília, destaca a importância do patrimônio cultural brasileiro.
O colar foi incluído na exposição graças à intermediação de Sérgio Santos, produtor do Museu do Homem Americano, que facilitou o empréstimo do artefato. Segundo Avelar, a peça representa um elo entre a arte contemporânea e a história pré-histórica do Brasil, sendo posicionada na entrada da exposição como uma homenagem à arqueóloga Niéde Guidon, falecida recentemente, e à artista Amélia Toledo.
A exposição, que ocorre no Solar Fábio Prado, antigo Museu da Casa Brasileira, é gratuita e aberta ao público de terça a quinta-feira e aos fins de semana, das 10h às 18h; às sextas, das 11h às 20h. Além do colar, a mostra apresenta obras de cerca de 20 artistas mulheres de diversas origens e trajetórias, promovendo um diálogo entre passado e presente na arte brasileira.
O colar foi descoberto em 2006 em um abrigo sob rocha chamado Toca do Sítio do Meio, onde escavações revelaram múltiplas camadas arqueológicas. A peça, composta por aproximadamente mil sementes de gramínea, sugere práticas funerárias ou rituais de grupos humanos que habitaram a região há milênios, conforme explica a arqueóloga Gisele Daltrini, da Fundação Museu do Homem Americano.