O presidente executivo da consultoria Datagro, Plínio Nastari, anunciou nesta terça-feira (22) que a decisão da Coca-Cola nos Estados Unidos de substituir o xarope de milho por açúcar de cana em seus refrigerantes resultará em um déficit global de 500 mil toneladas do produto. A mudança, que reflete a evolução do comportamento do consumidor norte-americano, deve elevar a demanda por sacarose cristalizada em 1,5 milhão de toneladas anuais apenas no mercado dos EUA.
Nastari, em entrevista à CNN Money, destacou que essa alteração é favorável ao Brasil, o maior produtor e consumidor de açúcar do mundo. Ele acredita que o aumento na demanda pode beneficiar o setor sucroalcooleiro brasileiro, que está bem posicionado para atender a essa nova necessidade do mercado americano. Apesar do aumento na demanda, o analista afirmou que os preços do açúcar no Brasil não devem sofrer alterações significativas a curto prazo.
O executivo também ressaltou que o refrigerante adoçado com açúcar de cana tem um valor agregado elevado nos Estados Unidos, onde já se observa a importação de bebidas mexicanas que utilizam esse adoçante, com preços que podem ser até três vezes superiores aos refrigerantes adoçados com xarope de milho. Essa mudança de preferência dos consumidores americanos pode sinalizar uma nova fase no mercado de refrigerantes, impactando positivamente a economia brasileira.