Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta quarta-feira (16), aponta que os Estados Unidos serão os mais afetados pelas tarifas impostas pelo governo do ex-presidente Donald Trump. As estimativas indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA poderá sofrer uma queda de 0,37% devido às barreiras tarifárias aplicadas ao Brasil, China e outros 14 países, além das taxas sobre importações de automóveis e aço.
O estudo, que se baseia em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), também revela que o Brasil enfrentará uma redução de 0,16% em seu PIB, resultando em uma perda de R$ 19,2 bilhões e a eliminação de 110 mil empregos. Os setores mais prejudicados incluem a indústria de tratores e máquinas agrícolas, aeronaves e carnes de aves.
Os estados mais impactados serão São Paulo, com uma queda de R$ 4,4 bilhões no PIB, seguido pelo Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais. A CNI ressalta que a relação comercial entre Brasil e EUA é crucial, com o país norte-americano sendo o principal destino das exportações brasileiras da indústria de transformação, representando 78,2% das exportações em 2024.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, enfatizou que a política tarifária é prejudicial para ambos os lados e destacou a importância de avançar nas negociações para fortalecer as relações comerciais. "A racionalidade deve prevalecer", concluiu Alban, alertando para a necessidade de sensibilizar o governo americano sobre a complementaridade das relações comerciais entre os países.