A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifestou preocupação com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 9, e as novas tarifas entrarão em vigor a partir de 1º de agosto. Segundo a CNI, a medida não possui justificativa econômica e pode causar danos significativos à indústria brasileira, que mantém uma relação estreita com o mercado americano.
Ricardo Alban, presidente da CNI, afirmou que a imposição das tarifas representa um risco à economia nacional, destacando que a quebra na relação comercial entre os dois países traria prejuízos consideráveis. Ele ressaltou a importância do diálogo e da cooperação para resolver divergências, enfatizando os 200 anos de relações comerciais entre Brasil e EUA.
A CNI também contestou a alegação do governo americano sobre um déficit na balança comercial com o Brasil, afirmando que os EUA têm mantido superávit com o Brasil por mais de 15 anos. Dados da confederação indicam que, na última década, o superávit americano no comércio de bens foi de US$ 91,6 bilhões, e, incluindo serviços, esse número sobe para US$ 256,9 bilhões.
Por fim, a entidade destacou a relevância das exportações brasileiras para os EUA, que, em 2024, geraram 24,3 mil empregos a cada R$ 1 bilhão exportado, além de contribuir com R$ 531,8 milhões em massa salarial e R$ 3,2 bilhões em produção no Brasil, segundo cálculos da CNI.