A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) manifestou, nesta quinta-feira (10), sua preocupação com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas comerciais de 50% sobre produtos importados do Brasil, a serem implementadas em agosto. A entidade considera a medida "infundada" e prejudicial às economias de ambos os países, afirmando que as relações comerciais devem beneficiar os dois lados, sem desequilíbrios injustos.
Em comunicado, a CNA destacou que a imposição tarifária não se justifica pelas práticas comerciais entre Brasil e Estados Unidos, que historicamente seguem os princípios do livre comércio. Trump argumenta que o Brasil apresenta um déficit comercial com os EUA, mas dados mostram que, desde 2009, os Estados Unidos têm superávit na balança comercial com o Brasil.
O aumento das tarifas afetará todas as importações brasileiras pelos norte-americanos, impactando especialmente o setor agrícola, que representa uma parte significativa das exportações do Brasil para os EUA. A CNA expressou esperança de que os canais diplomáticos sejam utilizados para buscar uma solução baseada na razão e no pragmatismo.
O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também criticaram a postura dos EUA, ressaltando que a utilização de tarifas como instrumento de disputa ideológica prejudica as relações comerciais. Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, enfatizou a importância de negociações baseadas em dados concretos e a necessidade de focar nas oportunidades de negócios entre os países para o benefício de suas populações.