A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), liderada por João Martins, divulgou uma carta aberta nesta semana, expressando críticas severas à condução política do país. Intitulada "A economia brasileira à margem de uma agenda política sequestrada", a nota rompe com o tom diplomático habitual da entidade, buscando reposicionar o setor agropecuário como um ator estratégico em defesa de um ambiente econômico estável e previsível.
No documento, a CNA argumenta que os três Poderes da República estão desalinhados com as necessidades reais do Brasil, apontando que o ambiente político atual representa um obstáculo ao crescimento econômico. A carta destaca a preocupação do setor produtivo com a instabilidade política, tanto em relação a tensões externas, como tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros, quanto a questões internas, como insegurança jurídica e discussões tributárias.
A CNA alerta que o Brasil está perdendo a oportunidade de se consolidar como fornecedor estratégico de alimentos e energia limpa, enfatizando que a imagem do país está sendo prejudicada por crises políticas internas. A entidade critica ainda o papel do Legislativo e do Judiciário, que, segundo a CNA, não estão alinhados com as prioridades econômicas, contribuindo para um ambiente de instabilidade que afeta a confiança empresarial e os investimentos no setor agroindustrial.
Por fim, a carta aponta que o governo atual tem responsabilidade na manutenção da polarização política e na falta de uma agenda pacificadora, o que, segundo a CNA, prejudica o desenvolvimento do Brasil em um momento crítico para a economia global.