A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) classificou como "estratégico" o recente acordo entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), finalizado há uma semana. Segundo a entidade, o tratado representa uma oportunidade significativa para o agronegócio brasileiro, especialmente em produtos de maior valor agregado, como alimentos gourmet, orgânicos e bebidas. Os países da EFTA, que incluem Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, são reconhecidos por suas economias de alta renda e consumidores com elevado poder aquisitivo.
Em 2024, os países da EFTA importaram US$ 455 milhões em produtos agropecuários do Brasil, com destaque para soja, café verde e farelo de soja. O presidente da CNA, João Martins, enfatizou que o acesso ao mercado da EFTA permitirá ao agronegócio brasileiro diversificar seus mercados e ampliar o comércio internacional. Ele ressaltou a importância de acordos comerciais com parceiros estratégicos, especialmente em um contexto global de crescente protecionismo.
A CNA também destacou que o acordo prevê a eliminação imediata de tarifas para 95% dos produtos agrícolas brasileiros e cotas preferenciais para itens como carne bovina. Além disso, a proposta inclui um mecanismo de "pre-listing" para agilizar o reconhecimento do sistema de inspeção sanitária brasileiro, beneficiando as exportações de carnes e outros produtos alimentícios. O governo brasileiro planeja assinar o acordo ainda este ano, após a revisão jurídica dos documentos.
A CNA acredita que o acordo com a EFTA pode impulsionar o processo de ratificação do tratado com a União Europeia, demonstrando a capacidade do Mercosul de estabelecer compromissos comerciais modernos e sustentáveis com economias desenvolvidas.