Nos anos 1990, a música sertaneja no Brasil passou por uma transformação significativa, com artistas como Chitãozinho & Xororó e Zezé Di Camargo & Luciano dominando as paradas. Em Ribeirão Preto, São Paulo, um grupo de amigos apaixonados pelo gênero se reuniu em um bar, dando origem ao evento 'Terçaneja', que rapidamente ganhou popularidade e atraiu novos fãs. Esse movimento culminou na criação do Clube da Viola em 1994, liderado pela dupla Fred & Pedrito e o empresário Matheus Calil, que visavam popularizar o sertanejo entre o público jovem.
O Clube da Viola se destacou por sua proposta de desmistificar o sertanejo, tornando-o acessível a diversas classes sociais e faixas etárias. Matheus Calil, um dos fundadores, enfatiza que o grupo teve um papel crucial na ampliação do gênero, especialmente em um período em que a música sertaneja enfrentava resistência nas grandes mídias. O movimento não se limitou a Ribeirão Preto, expandindo-se para outras regiões de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, atraindo novos artistas e promovendo um estilo mais descontraído.
Durante sua trajetória, o Clube da Viola lançou oito CDs, sendo o álbum 'Clube da Viola Vol. 2' um marco, ao conquistar o disco de ouro com 100 mil cópias vendidas. O sucesso do movimento abriu portas para duplas que hoje são referências no sertanejo, como Jorge & Mateus e César Menotti & Fabiano. Fred, um dos fundadores, reflete sobre a evolução do cenário musical, destacando que, enquanto antes os artistas lutavam para se manter, hoje o mercado é mais dinâmico e oferece novas oportunidades. O legado do Clube da Viola continua a influenciar a música sertaneja contemporânea, ressoando com a nostalgia de muitos que viveram essa transformação.