A ativista brasileira Clara Charf, ícone da resistência contra a ditadura militar, completa 100 anos nesta quinta-feira (17). Nascida em um contexto de opressão, Clara se destacou por sua paixão pela liberdade e pela justiça social, enfrentando desafios como a prisão e o exílio após a morte de seu companheiro, Carlos Marighella, em 1969.
Clara, que vive atualmente em São Paulo com sua irmã caçula, Sara Grinspum, de 94 anos, é lembrada por sua trajetória de luta desde os 16 anos, quando se uniu ao Partido Comunista Brasileiro. A documentarista Isa Grinspum Ferraz, sobrinha de Clara, destaca sua inquietude e desejo de transformação social, que a levaram a ser uma das primeiras aeromoças do Brasil na década de 1940, desafiando estereótipos da época.
Após o golpe militar, Clara foi forçada ao exílio em Cuba, onde permaneceu por uma década, distante de sua família. O reencontro em 1975, em Portugal, foi um momento marcante para todos, especialmente para Sara, que descreve a emoção do abraço após anos de separação. Clara retornou ao Brasil em 1979, após a promulgação da lei de anistia, e desde então tem se dedicado à luta pela democracia e pelos direitos das mulheres, consolidando seu legado como uma figura central na história política do país.