Pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, desenvolveram uma tecnologia inovadora que utiliza bactérias geneticamente modificadas para converter plástico descartável em ácido para-aminobenzóico (PABA), precursor do paracetamol, um dos analgésicos mais consumidos globalmente. A descoberta, ainda em fase experimental, promete um avanço significativo na reciclagem sustentável e na biotecnologia aplicada à saúde.
O processo utiliza tereptalato de polietileno (PET), um dos plásticos mais comuns, que é descartado em mais de 350 milhões de toneladas anualmente, contribuindo para a crise ambiental. A bactéria Escherichia coli (E. coli) foi modificada para realizar um rearranjo químico que transforma compostos derivados do PET em PABA, sem emissões de carbono detectáveis, em um experimento que durou 48 horas.
Stephen Wallace, professor de Biotecnologia Química e coautor do estudo, destacou que a pesquisa demonstra o potencial do PET como um insumo valioso na produção de medicamentos, ao invés de ser apenas um resíduo poluente. Embora o método ainda não seja escalável para a indústria, representa um passo importante em direção a soluções mais limpas e eficientes para o excesso de plástico e a dependência de recursos fósseis na produção farmacêutica.
Esse avanço pode contribuir para o desenvolvimento de uma economia circular e sustentável, alinhando a reciclagem de plástico à produção de medicamentos essenciais, em conformidade com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.