No Dia Mundial da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho, a ecóloga Marlúcia Martins se destaca como uma importante voz da resistência na Amazônia. Natural do Rio de Janeiro, Marlúcia optou por deixar uma vaga de mestrado na Unicamp para se dedicar ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus, onde construiu sua carreira e vida. Atualmente, ela é pesquisadora no Museu Paraense Emílio Goeldi, uma das principais instituições brasileiras em estudos sobre biodiversidade e saberes amazônicos.
Marlúcia Martins critica os modelos hegemônicos de desenvolvimento, propondo alternativas que valorizam a diversidade biológica, cultural e econômica da região. "A Amazônia é talvez a antítese da tendência geral do capitalismo, da homogeneização dos modos de vida. E é justamente aí que está sua força e sua fragilidade", afirma a cientista. Para ela, a prática científica na Amazônia transcende a pesquisa, sendo um ato político que traduz a riqueza do território para o mundo.
Em uma recente entrevista, Marlúcia abordou temas como racismo estrutural, bioeconomia e a importância de reconhecer a Amazônia como um espaço de múltiplas vozes. Ela enfatiza seu papel como mulher negra e amazônida por escolha, ressaltando a necessidade de resistência e diversidade na ciência, especialmente em um contexto de desafios globais como a COP30.