Cidadãos brasileiros foram surpreendidos ao descobrir que seus dados pessoais foram utilizados em um dos maiores roubos da história do sistema financeiro do país. A quadrilha de hackers, que invadiu o sistema do Banco Central em junho, criou contas bancárias em nome de pessoas inocentes, desviando milhões de reais para essas contas. Entre as vítimas está Vanessa Ritacco, que relatou ter recebido cinco depósitos de R$ 5 milhões cada em uma conta que nunca abriu.
Em entrevista ao programa Fantástico, Vanessa expressou sua indignação: "É um crime usar meu nome. E a pessoa tem que pagar". Após a descoberta, ela registrou um boletim de ocorrência e contatou o Banco Central, mas não conseguiu localizar a fintech Soff Soluções e Pagamentos, uma das principais envolvidas no golpe.
A investigação revelou que o programador João Nazareno Roque, da empresa CEM, subornou-se para inserir códigos maliciosos no sistema, permitindo o acesso dos hackers às contas mantidas pelos bancos no Banco Central. O golpe resultou na movimentação de mais de R$ 270 milhões, que foram distribuídos em 69 contas, muitas delas ligadas a fintechs de fachada. O Banco Central já suspendeu as atividades da Soff, que enfrenta 74 reclamações na Justiça de São Paulo desde maio.