Mais de 100 pessoas, incluindo ao menos 30 meninas e adolescentes, perderam a vida devido a chuvas torrenciais que atingiram o centro do Texas na última sexta-feira (4), durante o feriado do Dia da Independência dos Estados Unidos. A tragédia, provocada pela rápida elevação do Rio Guadalupe, é considerada uma das mais letais da história recente do estado. As operações de busca e resgate continuam, especialmente no condado de Kerr, onde dezenas de pessoas permanecem desaparecidas.
O fenômeno ocorreu na região conhecida como 'Flash Flood Alley', que abrange áreas de Dallas, Austin e San Antonio, propensa a inundações repentinas. Segundo o professor Hatim Sharif, da Universidade do Texas, essa área já liderava o país em mortes por enchentes, com 1.069 fatalidades registradas entre 1959 e 2019. A combinação de colinas escarpadas, solos de baixa absorção e riachos rasos contribui para a força destrutiva das enxurradas.
A tragédia também levantou questionamentos sobre a eficácia dos sistemas de alerta. O Departamento de Gestão de Emergências do Texas (TDEM) ativou seus recursos na quarta-feira (3), e o Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) emitiu alertas na quinta-feira, mas nem todos os moradores foram notificados a tempo. O governador Greg Abbott e autoridades locais admitiram falhas na comunicação, e promessas de revisão do sistema de notificações foram feitas em resposta à catástrofe.
Enquanto isso, o debate político sobre os cortes orçamentários no NWS durante o governo do ex-presidente Donald Trump ganha força, com críticos afirmando que a redução de pessoal comprometeu a resposta a emergências climáticas. O governo federal, por sua vez, defendeu a capacidade do NWS em cumprir sua missão, afirmando que os alertas emitidos demonstram a eficácia da agência.