O primeiro-ministro da China, Li Qiang, anunciou nesta segunda-feira (21) o início da construção da maior usina hidrelétrica do mundo, localizada na borda leste do Planalto Tibetano. Com um investimento estimado em US$ 170 bilhões, o projeto é considerado um dos mais ambiciosos desde a construção da usina de Três Gargantas, no rio Yangtze. A nova hidrelétrica terá capacidade para gerar 300 bilhões de quilowatts-hora de eletricidade anualmente, o que corresponde ao consumo total do Reino Unido em 2022.
A construção da usina, composta por cinco hidrelétricas em cascata, foi recebida positivamente pelos mercados financeiros, com o Índice CSI Construction & Engineering da China subindo até 4% e ações de empresas do setor, como a Power Construction Corporation, atingindo o limite diário de alta. O projeto é visto como um estímulo econômico necessário em um momento de desaceleração, com a expectativa de que as operações comecem na década de 2030.
Entretanto, o projeto gerou preocupações internacionais, especialmente da Índia e de Bangladesh, sobre o impacto ambiental e social para milhões de pessoas a jusante do rio Yarlung Zangbo. Organizações não governamentais também alertaram sobre os riscos para a biodiversidade do platô tibetano. O governo chinês, por sua vez, assegura que a usina atenderá à crescente demanda de energia no Tibete e em outras regiões do país, minimizando os efeitos sobre o abastecimento de água e o meio ambiente.