O primeiro-ministro da China, Li Qiang, anunciou nesta segunda-feira (21) o início das obras da maior usina hidrelétrica do mundo, que será construída na região leste do Planalto Tibetano. O projeto, com custo estimado em US$ 170 bilhões, foi considerado um sinal de estímulo econômico pelos mercados, resultando em uma alta nos preços das ações e nos rendimentos dos títulos.
O complexo hidrelétrico, que contará com cinco usinas em cascata, terá capacidade para gerar 300 bilhões de quilowatts-hora por ano, equivalente ao consumo anual de eletricidade do Reino Unido em 2024. A barragem será erguida no rio Yarlung Zangbo, onde um trecho despenca 2.000 metros ao longo de 50 quilômetros, oferecendo um imenso potencial energético.
Entretanto, a construção gerou preocupações em países vizinhos, como Índia e Bangladesh, sobre os impactos que o projeto pode ter sobre milhões de pessoas que vivem rio abaixo. Organizações não governamentais também alertaram para os riscos ambientais em uma das regiões mais ricas e diversas do platô. O governo chinês, por sua vez, afirmou que a hidrelétrica atenderá à demanda energética no Tibete e em outras regiões, sem causar grandes impactos no abastecimento de água ou no meio ambiente. As operações estão previstas para começar na década de 2030.