O 10º Congresso Brasileiro da Soja (CBS), realizado na semana passada em Campinas, São Paulo, reuniu cerca de 2.500 participantes, incluindo o empresário chinês Suping Geng, de 53 anos. Residente no Brasil há quatro anos, Geng, que é vice-presidente da DBN Biotech, destacou a importância da soja brasileira para a China, o maior comprador do grão. "Estamos aqui porque o Brasil é o maior produtor de soja e temos boas relações comerciais", afirmou Geng durante o evento.
A DBN Biotech, fundada em 2011 e especializada em soluções para a agricultura, está focada em introduzir biotecnologia no Brasil, especialmente em sementes de soja geneticamente modificadas. Geng revelou que a empresa já obteve aprovação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para cultivar variedades de soja transgênica, com resistência a insetos e herbicidas, e está em fase de testes.
Com o objetivo de se consolidar como um grande fornecedor de sementes no Brasil até 2028, a DBN Biotech planeja disponibilizar suas sementes aos produtores em três anos e alcançar 30% de participação de mercado em uma década. Atualmente, 97% da soja embarcada no Brasil utiliza tecnologia de empresas como Bayer e Syngenta, mas a entrada de empresas chinesas no setor promete aumentar a concorrência e diversificar as opções disponíveis para os agricultores brasileiros.
A relação entre Brasil e China no setor agrícola foi reforçada durante a visita do presidente Lula à China em abril de 2023, onde foram assinados acordos de cooperação em ciência e tecnologia. Geng enfatizou que o Brasil continua sendo uma prioridade para a DBN Biotech, que também realiza testes em outros países da América do Sul, como Argentina, Paraguai e Uruguai.